domingo, 11 de abril de 2010

As aventuras de Flaudemiglio

O nome é complicado mas ninguém tem coragem de reduzi-lo para algo mais curto. Onde estão as pessoas que botam apelidos agora, nesta hora que mais precisamos? Seu nome sempre foi um empecilho em sua vida. Quando criança, não conseguindo pronunciá-lo para sua professora, sempre era convocado a comparecer em sessões com uma fonoaudióloga. Passada a etapa da pronúncia, era hora de saber escrevê-lo da maneira correta. Por que tantos encontros consonantais num mesmo nome? O coitadinho teve de ter esta lição antes de todos. Por já saber utilizar “rr” “fl” “gl” e afins antes dos demais coleguinhas, foi passado para o segundo ano precocemente. Como passou uma série antes do tempo. Não conseguia acompanhar os outros amiguinhos. Repetiu a segunda série. Por estar na segunda série pela segunda vez, já sabia mais que os demais. Foi promovido para a terceira. E assim foi até chegar ao terceiro colegial, fazendo duas séries no mesmo ano e repetindo todos os anos. Seu nome foi uma maldição na sua vida em tempos escolares.

Quando mais velho era chegada a hora de tirar a documentação. Sempre tinha de tirá-los mais de uma vez, pois seu nome nunca acabava com a grafia correta. A cada via tirada era menos dinheiro em sua conta bancária. Paga-se neste país para tirar documentos, como bem vocês sabem.

Sofre toda vez que precisa falar seu nome ao telefone, ou vice versa, quando falam seu nome errado e ele em de consertar. Se ele pudesse participar do “Soletrando” seria campeão todos os anos, eu garanto. É um tal de “Quem está falando é o senhor Flávio Emílio?”. Telefonistas são burras, percebe-se então que é meia hora só para elas entenderam o nome corretamente. E soletrado ainda por cima.

Nunca perguntei ao pai dele o porquê do nome Flaudemiglio, nem do nome Epaminondas. Um infarto levou seu pai mais cedo. Reza uma lenda familiar que foi logo após Flaudemiglio contar uma destas histórias de confusão com seu nome. De tanto rir, seu pai teve uma parada cardíaca. Assim conta sua família.

Como vocês vêem, sempre pensem bem antes de batizar um filho (a) seu. O nome dele (a) poderá carregar até a data de sua morte. Tenham cautela na hora da escolha.

Aguardem por mais histórias. Inté a próxima pessoal!!!

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